No meio do Planalto Serrano tinha um caminho. Ao Leste, ficava a Serra Geral, composta por altas montanhas e profundos vales. Após atravessá-la, chegava-se ao litoral de Santa Catarina. A Oeste do caminho, ficavam terrenos ainda a serem explorados, com campos e florestas repletas de araucárias.

     Este caminho era uma conexão entre as capitanias do Rio Grande de São Pedro e de São Paulo. Por ele, passavam os tropeiros, homens encarregados de levar tropas de mulas, cavalos e gado do Sul até as feiras paulistas.

   Mas a História às vezes esquece de outros personagens importantes deste caminho. Antes de os tropeiros o utilizarem, é muito provável que os indígenas já o tivessem marcado com suas trilhas. Afinal, eram eles os conhecedores das terras não exploradas pelos colonizadores no interior do território que hoje chamamos de Brasil.

   Africanos e afrodescendentes também pisaram, e muito, por este caminho. Como trabalhadores escravizados ajudavam na lida com os animais e na medida em que fazendas foram se estabelecendo a sua volta, muitos destes homens e mulheres lá viviam.

    O caminho era longo. Era preciso ter paradas, locais de descanso para poder continuar a segui-lo. Abriram-se outros caminhos e com eles multiplicaram-se as fazendas. Tornou-se ponto estratégico, então, a chamada Coxilha Rica. Para assegurar este território e garantir o desenvolvimento da economia da metrópole portuguesa, o Caminho virou Vila, no ano de 1766.

     Esta é a História abordada por este site: o Caminho das Tropas, a Fundação da Vila de Lages e o papel desempenhado pelos personagens deste processo. Aqui você encontrará mapas, desenhos, textos, dicas de sites interessantes para pesquisa e informações históricas acerca desta temática. Uma boa pesquisa!