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Você sabia?

 

Desde 2014 arqueólogos estão fazendo escavações em Campo Belo do Sul, distante a 56km de Lages, com o intuito de estudar mais sobre os povos indígenas que viviam na região serrana.

 

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Acesse estas notícias:

 

Povos Indígenas

 

Você sabia que por muitos séculos os habitantes do planalto catarinense na região serrana eram populações indígenas?

 

    Assim como em todo o território que hoje chamamos de Brasil viviam (e ainda vivem) diversos grupos indígenas, em Santa Catarina não seria diferente.

      No Estado de Santa Catarina temos a presença das etnias Guarani, Xokleng e Kaingang. É importante lembrarmos que estes povos não viviam somente em Santa Catarina. Até porque os limites que este Estado possui hoje não existiam quando somente os indígenas lá viviam, antes da chegada dos colonizadores. Assim, cada grupo utilizava determinado território para viver. Suas dimensões variam de acordo com cada grupo, assim, o território Guarani compreende as terras baixas, desde o litoral até a bacia do Paraná-Paraguai; o território Kaingang compreende as terras altas, desde o interior do estado de São Paulo até o centro norte do estado do Rio Grande do Sul; o território Xokleng compreende a região intermediária, do planalto ao litoral e do Paraná ao Rio Grande do Sul. Isto significa, portanto, que na região serrana predominavam dois grupos: os Xokleng e os Kaingang.

Fonte: Mapa Etnohistórico de Curt Nimuendaju – 1944, adaptado e elaborado por Carina Santos de Almeida. - Reitrado do artigo Povos Indígenas em Santa Catarina, de Clovis Antonio Brighenti, p. 12.

   Os Kaingang ocupavam uma região de planalto, especialmente locais com a presença de mata de araucária e região de campos. Hoje, vivem em 55 comunidades, desde o interior de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul.

     Esta etnia era seminômade e praticava pequena agricultura. No entanto, a caça e a coleta eram suas principais atividades para alimentarem-se, sendo que o pinhão era seu alimento mais importante no inverno, por ser muito nutritivo e devido às características geográficas em que viviam.

     Já os Xokleng ocupavam o território que se estende desde Curitiba/PR a Porto Alegre/RS. Atualmente, em Santa Catarina, vivem em duas Terras Indígenas – TI Ibirama Laklãno (localizada em José Boiteux, Vitor Meireles, Dr. Pedrinho e Itaiópolis) e TI Rio dos Pardos (localizada em Porto União).

    Tinham como característica o nomadismo e viviam da caça e da coleta, tanto de frutas quanto de pinhão. Não praticavam a agricultura como os Kaingang, pois se adaptaram a diversos relevos e sabiam explorar os recursos oferecidos pela diversidade existente na floresta atlântica, como o planalto, serras e litoral. Viviam em grupos entre 50 e 200 pessoas, dominando a área de floresta entre o litoral e a encosta do planalto.

      O planalto catarinense começou a ser ocupado por não indígenas de maneira mais intensa a partir do século XVIII, quando se abriu o Caminho das Tropas, no qual passavam tropeiros conduzindo o gado do Rio Grande do Sul até as feiras de São Paulo. No caminho destas tropas se estabeleceu uma série de invernadas e fazendas localizadas nas áreas de campos naturais, as quais podemos destacar no Estado as regiões onde atualmente se localizam Lages, Curitibanos, Campos Novos e alguns municípios vizinhos. As regiões Oeste e Norte destes campos começaram também a ser ocupadas por pequenos e médios lavradores, na maioria posseiros, e alguns com posse legitimada.

     É possível que os tropeiros que abriram estes caminhos tenham se utilizado das trilhas já existentes na região, demarcadas pelos povos indígenas que ocupavam o interior do território de Santa Catarina. Estes homens, portanto, sabiam da presença indígena no local, porém pouco conheciam da sua cultura. Interessados em povoar estes territórios com homens e mulheres brancos/as, a Coroa Portuguesa autorizou e incentivou a expulsão e/ou extermínio das populações indígenas.

      O desconhecimento e o desrespeito para com estas populações  geraram muitos conflitos e tensões com aqueles que chegaram para povoar a região. Os indígenas eram vistos como inimigos perigosos e selvagens que impediam o desenvolvimento da colônia de Portugal. Como resultado desta história violenta e de exclusão, ao falarmos sobre o passado da região serrana catarinense quase não ouvimos falar destes personagens, mesmo que eles tenham participado ativamente deste processo histórico.

        Atualmente não há Terras Indígenas na região de Lages. Aqueles que aqui vivam tiveram que se estabelecer em outros locais. Perceba no mapa abaixo, que mostra a localização das Terras Indígenas em Santa Catarina, como as duas etnias que historicamente ocupavam a região serrana possuem poucos territórios reconhecidos como seus, uma vez que os colonizadores e povoadores no passado se apossaram das suas terras.

Localização aproximada das Terras Indígenas em Santa Catarina.

 

Fonte: Clovis Antonio Brighenti, 2012. Elaborado por Carina Santos de Almeida. - Reitrado do artigo Povos Indígenas em Santa Catarina, de Clovis Antonio Brighenti, p. 2.

 

Referências

 

BRANDT, Marlon. Povoamento e grupos indígenas no planalto de Santa Catarina: algumas considerações. História e-história, Campinas, 03 out. 2006. Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=40#_edn3>

 

BRIGHENTI, Clovis Antonio. Povos indígenas em Santa Catarina. Disponível em: <https://leiaufsc.files.wordpress.com/2013/08/povos-indc3adgenas-em-santa-catarina.pdf>

 

BRUGGEMANN, Adelson André. Ao poente da Serra Geral: a abertura de um caminho entre as capitanias de Santa Catarina e São Paulo no final do século XVIII. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.

 

SANTOS, Fabiano Teixeira dos. A Casa do Planalto Catarinense: Arquitetura rural e urbana nos campos de Lages, séculos XVIII e XIX. Lages (SC): Super Nova, 2015. Disponível em: <http://casadoplanalto.com.br/> .

 

 

Você sabia?

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em seu último censo realizado em 2010, totalizou a população indígena em Santa Catarina em 16.041 pessoas. Nesse universo populacional estão incluídos os indígenas que vivem nas Terras Indígenas – TIs (zonas rurais) e aqueles que vivem nas cidades (zonas urbanas).

 

Você pode descobrir a distribuição total, rural e urbana da população indígena no Brasil no site do IBGE:

http://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-2.html

 

 

 

 

 

 

Glossário

 

 

Nomadismo: prática de povos nômades; isto é, que não têm habitação fixa. Característica de povos que mudam frequentemente de lugar para buscar outros alimentos e caçar, uma vez que os recursos daquele local se tornam escassos.

 

Seminômade: característica de povos que migram periodicamente, mas que vivem em moradias temporárias, onde praticam pequena agricultura.

 

Invernada: local com pasto extenso destinado à criação de gado.

Ficou interessado/a e quer estudar mais sobre os povos indígenas no Brasil?

 

Abaixo, alguns sites interessantes, com vídeos, imagens e textos:

 

 

É só clicar para descobrir mais!

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